Ser pequeno também pode ser uma excelente escolha
Há três anos, não conseguia ser a mãe presente que desejava.
A morar em Mafra e a trabalhar em Lisboa os dias eram uma correria.
Levantar cedo, apanhar trânsito, deixar as miúdas no colégio, apanhar o metro para chegar ao trabalho quase 3 horas depois de nos levantarmos fazia parte da nossa rotina diária.
O regresso não era diferente.
Foram tantas, mas tantas as vezes em que cheguei a casa e já tinha perdido o lanche da Matilde e da Beatriz. E muitas vezes, até o jantar.
É difícil ser uma mãe presente assim, não é?
Por isso, decidimos mudar de vida. Queríamos ser uma Família, presentes nas vidas uns dos outros.
Mudamos para o Alentejo à procura de mais tempo e de tranquilidade.
Foi nessa altura que também nasceu também a Supermoon, a minha (micro) agência digital de branding e webdesign.
Degrau a degrau, comecei a construí-la. Primeiro pequenina, depois um pouco maior e a seguir, a querer ser cada vez maior.
E era sobre isso que vos queria escrever.
Em qualquer negócio, a pressão de ser grande é constante e compreende-se. Há alguém que não deseje ganhar mais dinheiro? Ser o melhor na sua área?
Numa sociedade que nos puxa a produzir e consumir mais, querer ser pequeno não entra nas narrativas bonitas do sucesso. Todos ambicionam criar o próximo negócio disruptivo, ganhar 100K por mês e ser o rosto da próxima edição da Forbes.
Mas para uma empreendedora como eu que vende acima de tudo serviços, o dinheiro está diretamente ligado ao meu tempo. E para ganhar mais teria de ter mais tempo. Ou então, criar uma empresa e contratar uma equipa.
É nesta etapa que é importante parar e alinhar os objetivos do negócio com os pessoais.
O querer ser ainda maior, poderá representar mais ganhos. Mas também irá exigir outro investimento da minha parte. Em gestão, em burocracia, em controlo da qualidade…
E eu já experimentei o que é ter uma vida complicada no passado.
E se não querer ser grande, também for a melhor opção para um negócio? E gerar o bem que é mais precioso para mim e a minha família?
Tempo.
Tempo para não ser apenas uma mãe cuidadora, mas uma mãe presente.
Tempo para passar com as pessoas que mais amo.
Tempo simplesmente para apreciar a vida, com calma e tranquilidade.
Tempo para dar longos passeios com os meus cães.
Tempo para mim própria.
Tempo para trabalhar de um modo consciente.
Tempo para manter e controlar a qualidade de todos os projetos que entrego.
Tempo para organizar o meu dia com maior liberdade.
Tempo para trabalhar nos projetos com que me identifico.
Não querer ser grande e permanecer pequena, pode não dar-me todo o dinheiro do mundo.
Mas pode dar-me toda a tranquilidade e paz de espírito para trabalhar com gosto e aproveitar a vida.
E isso não tem preço para mim.
E tu, queres ser grande ou pequeno?